HÁBITO - TEXTO DE SÍLVIA CHICÓ
U m mundo de virtualidades e invocações, fausto e de exotismo, assim parece ser o requerido pelo gosto actual. Uma busca sensorial e descomplexada no uso de sinais do vestir, num momento, trinta anos depois de Umberto Eco ter declarado na sua célebre "Psicologia do Vestir", que tudo é comunicação, o simples facto de usar ou não gravatas - então consideradas evidentes símbolos fálicos, designativos e representantes de um poder específico - por uma opção ideológica, uma sobrecarga de conotações políticas, que submergia os pobres seres que envergavam essas camisas de forças ou fardas, numa mar de evidências significantes. Actualmente a superficialidade e o ludismo imperam sobre os objectos, desconstruíndo lógicas mais ou menos espartilhadas por conceitos de funcionalidade, o que provoca uma certa nostalgia da hegemonia do intelecto, mas abre também, sem dúvida, um novo caminho à rápida e natural simbiose aculturante, ao trânsito veloz e descomplexado pelas áreas culturais, adici